Na Copa das
Confederações de Neymar, Fred e cia., que termina amanhã, não há espaço para
meninas. Mas elas estão dando um jeito de invadir o campo de futebol.
As gêmeas Laís e
Larissa Martins, 11, sabem bem que esse não é um esporte só para os homens.
Elas fazem parte
de um time de futebol mirim do Rio. Foi Laís quem se interessou primeiro pelo
esporte, influenciada pelo irmão mais velho.
Ela começou no
Vasco da Gama, jogando com meninos, e chegou a disputar um torneio com a
equipe. "Os meninos falavam 'Essa menina não joga nada'. Mas, quando
entrei em campo, viram que eu jogava bem", contou Laís, que sonha em
entrar para a seleção brasileira.
Ela não se
incomoda com as pessoas que acham que o esporte é coisa de menino: "Bobagem,
meninas jogam muito bem".
Larissa tem uma
reclamação a fazer: "Tem mais torneios para meninos".
As duas são fãs
de Marta, da seleção brasileira. A jogadora acha que há preconceito. "No
Brasil, a modalidade é considerada amadora, não há liga profissional."
BAILARINOS
Assim como
jogadoras de futebol, meninos que fazem balé sofrem preconceito. Denílson
Afonso, 12, faz balé há quatro anos e quer ser profissional como seu ídolo, o
bailarino russo Mikhail Baryshnikov.
Apesar do apoio
da família, sofre com colegas. "Já sofri muito bullying na escola. Acho
idiotice, cada um faz o que quer."
"Eles são
excluídos. Nem podem pedir para ir ao banheiro porque tem alguém esperando no
corredor para brigar. E são chamados de 'bailarina'", disse a mãe de
Denílson, Ionai Afonso.
Colega de
Denílson na escola de dança, Jônatas Lopes, 11, estuda balé há seis anos. Ele
também convive com as provocações na escola e já foi até agredido uma vez por
colegas.
"Muitas
pessoas me zoam e outras não. Para mim, isso não tem nada a ver. Algumas coisas
que são para menina também podem servir para meninos", disse Jônatas.
E os homens têm
papel de destaque nos palcos. O brasileiro Thiago Soares, por exemplo, é o
principal bailarino do prestigiado Royal Ballet de Londres desde 2006. Ele diz
que hoje há mais espaço para os homens. Fonte: Folha de São Paulo
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